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CAIXA CASA MUNDO - Histórias re-veladas ou sobre como vencer monstros 
Espetáculo cênico e Teatro Lambe-Lambe

Histórias de tocar viola
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SINOPSE DO ESPETÁCULO

Alguém sabe o que os passarinhos trazem em seus cantos? São tão bonitos e diferentes! E se dissermos que eles podem revelar segredos?!  Olhar e Escuta são as chaves que abrem as janelas e portas da caixa-casa-mundo. Este canto alcançou as personagens desta história, encorajando-as a enfrentarem um grande Monstro. Este espetáculo é para as crianças pequenas e grandes, histórias de florescer e que pedem amor e cuidado para viver com liberdade.

 

O espetáculo Caixa Casa Mundo: histórias re-veladas ou sobre como vencer os monstros apresenta de forma poética violações aos direitos da infância e da juventude. Através de recursos da linguagem do Teatro de Formas Animadas são apresentadas e questionadas situações nas quais as crianças e jovens têm seus direitos suprimidos, buscando refletir sobre a vulnerabilidade e a busca de caminhos e redes de apoio pelos quais se tornem possíveis as denúncias e as garantias de manutenção da integridade e segurança. O espetáculo propõe em sua tríade: caixa - casa - mundo uma ampliação do olhar para questões fundamentais aos direitos das crianças, participando-as desse debate e abrindo um convite para a escuta.

RELEASE

 

A Coletiva de teatro feminista Pontos de Fiandeiras, no auge de seus 12 anos de existência, mantém-se atuando no desenvolvimento de pesquisas e criações teatrais que dialogam sobre a participação das mulheres na sociedade a partir de uma perspectiva que busca honrar todas as vozes, como nos propõe a autora bell hooks. Deste modo, constituiu ao longo desses anos, espetáculos, contações de histórias, rodas de conversa, oficinas, ações culturais, garantindo a um público diverso, intergeracional, um olhar e escuta para narrativas, pessoais e coletivas, valorizando a memória, a história de tantas pessoas que lutaram e ainda lutam para que seja possível o pleno exercício da cidadania, dos direitos humanos. Assim, no ano de 2016 estreou o primeiro espetáculo infantil, Sementeira, criado em colaboração com a Teatral Rizoma. Neste, as narrativas interagiam nas relações do brincar e aprender, fazendo-nos perceber a criança como sujeito social, histórico que se desenvolve no encontro, seja ele no contexto familiar, na escola, através da sua capacidade de imaginar e recriar a realidade neste brincar e fazer brinquedo a partir do que está ao seu redor. 

Em 2019, percebendo o agravamento da vulnerabilidade das crianças e jovens, como reflexo do sucateamento das políticas públicas que visavam a garantia de seus direitos fundamentais, e depois, aprofundada a crise humanitária com o estabelecimento da pandemia da Covid 19 em março de 2020, é que se estabeleceu a pesquisa, primeiramente a partir da obra “A História das Crianças no Brasil” da historiadora Mary Del Priori, onde a mesma deflagra como a concepção da Infância como cidadã de direitos é algo tão recente na nossa história e, o quanto as crianças e jovens sofreram e ainda sofrem violações ao longo dos tempos (mesmo depois do estabelecimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 e Declaração Universal dos Direitos das Crianças de 1959, além da Constituição Federal do Brasil de 1988 e o Estatuto das Crianças e Adolescentes de 1990), desde a colonização do nosso país até a contemporaneidade. 

Escolhemos o teatro de formas animadas como linguagem, visando dar novos sentidos, com poesia e esperançamento, à aridez das violências cotidianas sofridas por crianças e jovens. O espetáculo propõe sensibilizar o olhar e escuta, que figuram as verdadeiras chaves para abrirmos as caixas-casas-mundos e assim re-velar, no sentido de denunciar e alertar as crianças e comunidade adulta, para situações que as expõe à violações de todos os tipos (trabalho infantil, racismo, fome, evasão escolar, violência sexual), além de buscarmos por meio da arte teatral, anunciar a possibilidade da transformação das trajetórias dessas personagens, a vitória sobre “os monstros” como a ressignificação do sofrimento que permite a essas personagens-crianças, serem vistas e ouvidas, entoarem o seu canto no mundo, um mundo mais justo e pacífico.  

Caixa Casa Mundo: histórias re-veladas ou como sobre vencer os monstros confia ao espetáculo o potencial imagético nascido da animação dos objetos, dos corpos criadores de dimensões poéticas, encantamentos, da construção das metáforas, das sonoridades, do saborear do canto e narrativas. 

A partir do PROAC - Programa de Ação Cultural do Governo de Estado de São Paulo, a Coletiva proporciona ao público uma ação cultural desenvolvida em dois momentos, que são ao mesmo tempo independentes, mas que também dialogam entre si: seis espetáculos de Teatro Lambe-lambe apresentam a miniaturização dos conflitos de personagens-crianças dentro de seus universos-caixas, com duração de até 3 min cada. Tais conflitos, apresentados nas caixas de Teatro Lambe-lambe, serão redimensionados e desenvolvidos posteriormente ao longo do espetáculo: a infância indígena que é desrespeitada em suas crenças, cultura, no seu direito à terra, a natureza constantemente violada; a infância que não é respeitada em sua integralidade, reprimida pelas projeções dos adultos sobre a construção de sua identidade de gênero na sociedade; a infância preta, favelada, a criança que não tem acesso à própria história, de seus ancestrais; a criança carente de políticas públicas; a infância que trabalha, criança que não frequenta a escola, criança que brinca os perigos no trabalho para amenizar o cansaço na carvoaria, que tem fome, crianças que contribuem para a subsistência da família; as infâncias marginalizadas -  crianças em situação de rua, crianças órfãs, crianças recolhidas nas instituições para "reforma", crianças (adolescentes) em medida socioeducativa; infâncias que cuidam de crianças, crianças que geram crianças, crianças abusadas, exploradas sexualmente, crianças negligenciadas, com pedido de ajuda invalidado, crianças silenciadas. 

Este jogo teatral proposto permite que cada pessoa do público vivencie o espetáculo de maneira singular, a depender se assistido ou não o teatro lambe- lambe, ou quais/quantas e em que ordem será visto, constituindo assim uma dramaturgia própria. Queremos implicar o público, crianças, jovens, adultos no ato de imaginar outras realidades para essas infâncias, por acreditarmos no coletivo, no poder da arte, da imaginação, da utopia que nos mobiliza para as transformações de que precisamos para vivermos com dignidade, justiça e paz. 

Tanto a estreia quanto a circulação do espetáculo serão inicialmente desenvolvidas no ABC Paulista, território que sedia o trabalho da coletiva. 

 

FICHA TÉCNICA

 

IDEALIZAÇÃO: Pontos de Fiandeiras

DRAMATURGIA: Camila Shunyata

DIREÇÃO GERAL: Vivian Darini

ELENCO: Camila Shunyata, Débora Constantino, Fernanda Henrique, Roberta

Marcolin Garcia, Ronny Abreu e Vivian Darini

DIREÇÃO DE ARTE (teatro lambe-lambe, elementos cênicos, figurinos): Ana Paula Patrone

ARTESANIAS ESPETÁCULO LAMBE-LAMBE: Cláudio Abreu, Ronny Abreu, Débora Constantino e Pontos de Fiandeiras

ARTESANIAS VISUAIS-SONORAS: Ana Paula Patrone e Rafael Clemente

DIREÇÃO MUSICAL: Giselle Maria

TRILHA SONORA CAIXAS LAMBE-LAMBE: Leandro Goulart

VOZES CAIXAS LAMBE-LAMBE: Catarina Flor, Maria Flor, Diana Garcia Serra, Leandro Goulart, Camila Shunyata, Débora Constantino, Fernanda Henrique, Roberta Marcolin Garcia e Ronny Abreu

ILUMINAÇÃO: Pitty Santana

ILUMINAÇÃO CAIXAS LAMBE-LAMBE: Pitty Santana

MAQUIAGEM: Camila Shunyata

SUPORTE TÉCNICO MAQUIAGEM: Yamã Abreu

Designer gráfico: Murilo Thaveira

Material gráfico: Murilo Thaveira

ASSESSORIA DE IMPRENSA E REDES SOCIAIS: Paula Lira (Pólen Coletiva)

FOTOGRAFIA: Monique Amaral (Pólen Coletiva)

VÍDEO: Alex Moleta

ASSISTÊNCIA DE PRODUÇÃO: Pólen Coletiva (Luca M.Cardozo, Monique Amaral e Paula Lira)

PRODUÇÃO GERAL: Fernanda Henrique e Roberta Marcolin Garcia

ESCAMBARIA FEMINISTA: Vivência sobre o teatro lambe-lambe - Cia Fuxico; Quem escuta bem, se expressa bem! - Giselle Maria; Retomando o vôo das nossas Iyá Mi: histórias para serem guardadas em patuás - Silvani Moreno; O silêncio em narrativa - Fabrícia Eliane; Vivência em percussão ancestral: asalato e voz - Ana Cacimba

LETRAS/MELODIAS MÚSICAS: 

Passarada - Camila Shunyata; 

Ela Canta - Ronny Abreu; 

Sobre vencer monstros - Vivian Darini; 

Eu vou encantar - Camila Shunyata, 

Trecho da música A mamãe tá chorando - adaptação A Barca, música de domínio público, repertório da Casa Fanti Ashanti Baião de Princesas;

Canto do trabalho infantil - Roberta Marcolin Garcia; 

Super Monstro Maioral - Roberta Marcolin Garcia; 

Vinheta sucatas funk - Vivian Darini; 

Vinheta Saltar obstáculos rap - Vivian Darini; 

Gaiola Branca - Vivian Darini; 

Ciranda “Quem é que cuida dessa criança?!” - Camila Shunyata; 

Vinheta Pesadelo - Giselle Maria; 

Avoou, pássaro ancestral - Camila Shunyata

 

AGRADECIMENTOS

Aos artistas condutores das Escambarias Feministas - processos de formação para a criação do espetáculo: Cia.do Fuxico, Silvani Moreno, Fabrícia Eliane, Ana Cacimba e Giselle Maria. Yamã Abreu e Marjorie Garcia pelo apoio na primeira apresentação das caixas de Teatro Lambe Lambe. Tereza Clemente e Cláudio Abreu pela contribuição na constituição dos elementos de cenografia.Às parcerias que viabilizaram os espaços e recursos técnicos para a realização e registros do processo de criação do espetáculo: Equipes da Subsede da CUT no ABC e ao Sindicato dos Bancários do ABC, Equipe do CESA Vila Sá, Equipe do MDDF Santo André, ARCA Cidadãos Artistas, Equipe da EMEF Tatiana Belinky. Aos parceiros e parceiras de vida e sonhos: Claudia Silvaa, Eduardo Acedo, Kelly Constantino, Márcio Martins, Otoni Pedro de Lima, Paulo Serra. 

 

APRECIAÇÃO CRÍTICA

CAIXA CASA MUNDO: Histórias re-veladas ou sobre como vencer os monstros

Por Antônio Correa Neto

 

A coletiva Pontos de Fiandeiras, é daqueles agrupamentos de encher os olhos da alma, daquelas que estudam, pesquisam, e fazem do "dizer" uma proposta coletiva e muito bem pensada. As Fiandeiras não se contentam em dizer qualquer coisa, ou apenas dizer, ou dizer por dizer. Os espetáculos das Fiandeiras, partem, antes de tudo, da necessidade e proeminência de dizê-lo, sem por isso, abrir mão do sensível, do estético e de um trabalho potente das/do intérprete.Em CAIXA CASA MUNDO, a coletiva debruça-se sobre as infâncias, ou as privações que os pequenos e pequenas sofrem de vivê-las plenamente.

As Fiandeiras, em seu novo espetáculo, batem o martelo, para aquilo que deveria ser óbvio, mas que temos de reafirmar todos os dias: As crianças têm direitos! Direito à família, à proteção, à identidade, a brincar, à liberdade, sobre seus corpos. Assuntos espinhosos, que as Fiandeiras trilham com habilidade, sensibilidade e muito respeito. Destaque  para o momento que a atriz Camila Shunyata  explica, diretamente para as crianças, o que é "intimidade". Todo pai, toda mãe , todo educador, toda educadora, todo adulto deveria tomar nota, afinal ficamos sempre entre o dizer e não dizer, como dizer e a que tempo dizer. As Fiandeiras dizem e ao ouvi-las, aprendemos um pouco mais.

 

O espetáculo, é composto de um prólogo feito com caixas no formato de teatro de lambe lambe, o que era estudo do grupo, acabou virando espetáculo. São pílulas de 3 minutos que pronunciam o espetáculo, nelas todas as cenas terminam com um pássaro, metáfora das diferentes  infâncias, sim, crianças não são iguais , elas são diferentes. O que se vê depois é um mergulho profundo nestes temas, fio a fio, ou deveríamos dizer pena a pena, já que somos passarinhos de toda cor, mas na mesma árvore. CAIXA CASA MUNDO, é daqueles espetáculos feito para as crianças, mas que atinge a todos, todas e todes, crianças ou não.


***Antônio Correa Neto é ator, diretor, artista/educador e pedagogo. Produtor cultural egresso da Escola Livre de Teatro de Santo André. Atuando, sobretudo, no teatro feito no ABC Paulista, participou do Teatro da Conspiração de Santo André, atuando em diversos espetáculos como GERAÇÃO 80, PARTIDA, CANTOS PERIFÉRICOS. Já dirigiu diversos shows musicais, procurando a integração entre as diversas linguagens artísticas. Seus últimos trabalhos na direção foram os espetáculos: CAIREL: LINHA E CARRETEL com a Cia. Feijamkarroz. A PRINCESA E A COSTUREIRA, produzido e encenado a partir do livro homônimo de Janaína Leslão que recebeu o “PROAC /2015 - Apoio a projetos de promoção das manifestações culturais com temática LGBT” , voltado para o público infanto-juvenil, recebendo diversos prêmios, entre eles: o APCA de Melhor Espetáculo Infantil Sobre a Diversidade – 2016, indicação ao Prêmio FEMSA de Melhor Espetáculo na Categoria Especial e Melhor dramaturgia adaptada, 2016, 3º lugar Júri Popular - Melhor Espetáculo Infantil – 2016 do Guia da Folha .  “HISTÓRIA DE RÊS E MARRUÁS” (2013), com o J.A.D. de Diadema, “SOB O MURMÚRIO DO RIO” (2011), com grupo de professores do curso de artes cênicas da UFU, Universidade Federal de Uberlândia, os musicais infantis “Babarulho”(2018) e “ZIG –ZAG” (2011). Trabalha como mestre de teatro para crianças na Escola Municipal de Iniciação Artística – EMIA de São Paulo

PRODUÇÃO
CAIXA CASA MUNDO

Mapa de Luz

Rider de som

Mapa de Palco

Portfólio

Teaser Espetáculo

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